terça-feira, 11 de novembro de 2014

| Carol Bittencourt |

14  de outubro de 2014







Já faz algum tempo que essa estória aconteceu, mas, acredito que nunca é tarde pra se contar uma estória de amor, aliás, a estória de um milagre de amor...

Eu estava no quarto com meu filho, que na época tinha três anos, e nos preparávamos para dormir. Primeiro eu troquei a roupa dele e vesti seu pijama favorito: o amarelo cheio de bichinhos coloridos. Depois, foi a minha vez de trocar de roupa. Enquanto eu tirava minha blusa, percebi que ele ficou olhando atentamente para minha barriga; logo em seguida parou de brincar com os bichinhos do seu pijama e fez um biquinho de quem ia chorar. Sem entender o motivo daquele choro tão cheio de sentimento, fui logo perguntando o que havia acontecido e ele, com a voz molhada de lágrimas e de dengo, respondeu:

- “É que na minha barriga não tem um sinalzinho. Eu queria ter um sinal na barriga igual ao seu”.

Foi um desejo tão bonito e tão verdadeiro, que instintivamente pequei meu lápis de olho que estava em cima da cômoda e pintei na barriga dele um sinalzinho igual ao meu, no mesmo lugar e do mesmo tamanho. Ele ficou tão feliz, que naquela noite dormimos um dentro do sorriso do outro, protegidos pelo mesmo sinal.

Eu poderia terminar esta estória dizendo que o sorriso do meu filho, naquela noite, foi o milagre que eu queria contar e isso também seria verdade. Mas essa estória não termina aqui. Dias depois, enquanto eu dava banho nele, percebi um pontinho escuro em sua barriga. Por um instante até duvidei do que estava vendo, mas, para minha surpresa, havia na barriga do meu filho um pequeno sinal, igualzinho ao meu...

Eu sempre acreditei em milagres, mas agora, toda vez que olho para a barriga do meu filho, vejo um “sinal” que devo continuar acreditando e agradecendo pelo milagre presente em cada olhar, em cada sorriso, em cada pequeno gesto de amor que a vida nos oferece todos os dias...