10 de junho de 2014
agora sei
que a paciência não cabe no tempo
chama pelas mãos acesa
dura tanto na brancura
como uma casa na terra
agora sei
que só a pedra resiste à chuva
intensa das tempestades dos fogos
recordo todos os lugares desertos
só tu cabes nessa imensidão
e não és só – trazes bagagens
e instrumentos de asas sonhos e ilusões
agora sei
que me desteces muito devagar
como uma trepadeira em redor
há um estilhaço e um modo quieto
de te morder por um húmil sussurro
me desocupas e me dás a beber às aves
assim aprenderei o rumo novo do voo