terça-feira, 10 de junho de 2014

| Carol Bittencourt |

 27 de maio de 2014





Já havia passado da meia noite e eu estava sentada na escrivaninha do meu quarto, aproveitando a luz da madrugada para escrever. O sono já estava quase apagando a luz, quando ouvi, um pequeno barulho na sala, como se alguém estivesse batendo de leve na porta da frente, só que por dentro. No ímpeto, levantei e abri rapidamente a porta do quarto. Com o coração disparado e a respiração ofegante, encontrei, para minha surpresa, um passarinho voando na sala de casa.

Minha primeira reação foi correr para dentro do quarto e fechar a porta e só depois de um tempo é que consegui, novamente, sair. O passarinho havia pousado em cima da televisão. Ficamos alguns minutos parados, olhando um para o outro, em silêncio. Ainda assustada e sem saber ao certo o que fazer, abri todas as janelas, e disse, que se ele quisesse, poderia ir. Ele não foi. Então, resolvi aproveitar o milagre.  Sentei no sofá e contei ao passarinho como havia sido o meu dia, falei sobre as minhas ansiedades e confessei o medo que tenho vez ou outra de voar, até dentro de minha própria casa...

Depois de um tempo confessando coisas que só podiam ser confessadas para um passarinho, fui dormir agradecida, por ele ter feito da sala da minha casa, naquela madrugada, seu ninho, dando abrigo ao meu coração.