terça-feira, 15 de abril de 2014

| José António Franco|

1 de abril de 2014




o rei e o fogo




para o antónio pedro pita


era uma vez um chantagista que tinha sido preso por um congressista por causa de um terrorista que tinha problemas de vista

ora um arrivista filiado num partido pacifista afirmou numa entrevista que tanto o congressista como o terrorista com problemas de vista deviam ser considerados porque nas suas mentes só havia ideias do toinismo-zézista que abriam as portas à invasão do pré-folismo e isso sim era realmente perigoso

o que ele foi dizer

os pro-relentistas fizeram sair um comunicado em que exigiam a imediata retenção na fonte da explicação de tamanha rebeldia oportunista

os anti-palavristas fecharam-se nos copos e raptaram o terrorista com problemas de vista e mantiveram-no sequestrado durante uma hora no consultório de um oftalmologista

os pra-lixistas é que não estiveram com mais aquelas e envolveram-se em diversas escaramuças ideológicas no sentido da contaminação eleitoralista do chantagista que feitas bem as contas até nem ficava mal numa lista

bom como cronista ainda não sei o que o partido do fedorentistas decidiu para resolver o assunto mas presumo que se tenham mantido fiéis ao lema da desodorização

a única coisa que me deixa um pouco intrigado é o que faz aqui o meteoro-futurologista que entrou agora nesta história

vinha só dizer que o palácio está a arder e o rei anda a passear na avenida com o pêlo chamuscado e não está prevista nehuma humidade frentista suficiente para apagar este esclavagismo intrigo-quilhista

entretanto na rua um senhor de barbas grita
andam a lixar-me
                          a lixar-me
                              lixar-me
                                        me

alguém responde agarra-te ao

não sei quê
não se percebe mas acaba em


não interessa